Aluguel de Curta Duração: Um Mercado em Crescimento e Seus Desafios Regulatórios

Aluguel de Curta Duração

Nos últimos meses, o aluguel de curta duração tem ganhado relevância tanto na imprensa quanto entre os agentes do mercado imobiliário. As recentes restrições em grandes cidades turísticas europeias aumentaram o debate sobre a necessidade de maior regulação para esse segmento, especialmente no Brasil.

Crescimento do Aluguel de Curta Duração no Brasil O modelo de aluguel de curta duração tem avançado rapidamente no Brasil. Segundo o Mapa das Construtechs e Proptechs Brasil 2024, produzido pela Terracota Ventures, o país admitiu 30 milhões de hóspedes nessa modalidade, gerando uma receita estimada em 2 bilhões de dólares. De 2019 a 2022, o número de imóveis disponíveis para locação de curta duração aumentou quase 70%, com o Brasil liderando o crescimento entre os locais monitorados pelo Airbnb.

Novos Players no Mercado

Em entrevista ao Imobi, Marcus Anselmo, cofundador da Terracota Ventures, afirmou que a tendência de imóveis para aluguel de curta duração é mais perceptível no segmento de incorporação. Ele destacou a necessidade de imobiliárias e corretores entenderem esse modelo de negócio. “Já começa a surgir um novo tipo de player, que é uma mistura entre o operador de shortstay e a incorporadora. Além disso, os profissionais precisam estar preparados para atuar nesses casos, falando a língua dos investidores”, apontou Anselmo.

Casos de Sucesso no Brasil

A Housi, startup criada em 2019, é uma referência no modelo de aluguel flexível, online e sem burocracia. Outra empresa que se destaca é a Yogha, de Curitiba, que foca na otimização da rentabilidade e aumento da taxa de ocupação de imóveis. Diferente de plataformas como Airbnb, essas empresas também direcionam suas ações a investidores e incorporadores.

Iniciativas de Empresas Tradicionais

A Apolar, uma imobiliária tradicional com 55 anos de história, lançou a Apolar Shortstay há cerca de dois anos. Atualmente, administra 360 imóveis com uma taxa de ocupação de 90%. Anderson Ferreira, consultor especialista em locação da empresa, afirma que a lucratividade do modelo de locação de curta duração pode ser o dobro em comparação à locação tradicional.

Desafios Regulatórios

Apesar do crescimento, o modelo de aluguel de curta duração enfrenta disputas com a indústria hoteleira, que alega pagar mais impostos. No campo jurídico, há debates sobre a proibição desse modelo por alguns condomínios. O STJ tem pacificado o entendimento de que os condomínios podem impedir a locação de curta temporada. No legislativo, há propostas em discussão que visam regularizar esse tipo de locação, exigindo previsão na convenção do condomínio.

Conclusão

O aluguel de curta duração é um modelo de negócio em expansão, com potencial significativo para transformar o mercado imobiliário. No entanto, enfrenta desafios regulatórios e concorrência com a indústria hoteleira. A necessidade de maior regulação e adaptação dos profissionais do setor é essencial para equilibrar os interesses dos diversos stakeholders envolvidos.

Fonte: ImobiReport.

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